PRAIA, um poema em prosa

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© Mark Sommerfeld

Fomos à praia. A areia estava repleta de gente. A areia. A areia estava. Repleta. De gente. Fomos à praia: minha alma, eu, meu espírito, meu corpo. Posso transformar o sentimento em uma pessoa, mesmo que simblicamente? A areia estava lotada, a praia também. Repleta de gente. Eu e meus espíritos, um contato imediato de terceiro grau. Meus personagens simbólicos inexistentes. Meu espírito: carne e osso inexistente. A areia da praia. Centenas de pés e calcanhares sobre a areia da praia. A areia. Repleta. Fomos à areia. O contato imediato de terceiro grau estava repleto de personagens. Os espíritos. Os calcanhares estavam. Os pés também. Posso transformar os espíritos em praia, mesmo que simbolicamente? O corpo estava lotado. A alma de terceiro grau. Carne e osso. Centenas de pés e calcanhares. Meu corpo. As pessoas inexistentes.

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